Representantes da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário (Contricom), reunidos virtualmente na terça-feira (22/06) discutiram ações comuns em defesa do emprego e das empresas do setor da construção civil e ameaças por vetos do governo ao orçamento para obras de moradia e saneamento.
Convidado pela Contricom, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, discorreu sobre a crise que atinge o setor, apontando duas causas fundamentais: os cortes orçamentários e a majoração nos preços dos materiais da construção, como os do aço.
“Existem insumos cujos preços chegaram a aumentar 30%”, afirmou Martins, destacando que só há previsão de orçamento para as obras em andamento até agosto deste ano, fazendo com que muitas construções não tenham previsão de conclusão.
O presidente da Contricom, Altamiro Perdoná, mencionou as preocupações da entidade com os vetos orçamentários “que poderão impactar negativamente os empregos, citando o exemplo de Santa Catarina onde muitas obras foram paralisadas”.
“Temos que continuar nos preocupando com a pandemia, mas não podemos nos esquecer de defender os empregos de nossos trabalhadores pois o desemprego continua muito alto e persistindo essa situação teremos um efeito dominó”, afirmou Altamiro, fazendo menção ao setor madeireiro e ceramista que já começam a sofrer os impactos da paralisação de muitas obras.
Perdoná sugeriu uma agenda comum junto ao Parlamento e ao governo com o objetivo de reverter essa situação e sensibilizar os parlamentares e as autoridades sobre a importância do setor da construção para a retomada do crescimento no país. O dirigente lembrou ainda da representação da Contricom junto a 14 federações estaduais e regionais e quase 400 sindicatos da categoria em todo país.
Martins também ressaltou a importância de “uma agenda comum junto ao governo e ao Congresso Nacional” para reverter a situação que ameaça empresas e empregos.
O diretor Denilson Pestana, da Contricom, relatou problemas observados no programa Casa Verde e Amarela e comentou sobre sua experiência sindical na articulação nacional junto a grandes empresas, como a MRV, na busca de soluções para as empresas e os empregos.
“As incertezas do orçamento mostram a necessidade de mostrarmos à sociedade essa ação comum dos trabalhadores e dos empresários na busca de solução para obras interrompidas ou suspensas por conta dos problemas orçamentários”, afirmou Denilson.
Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brasília e Entorno (STICOMBE), Raimundo Salvador, comentou sua experiência na região do Entorno de Brasília, onde muitas obras estão sendo interrompidas ou ameaçadas por não serem iniciadas em razão dos problemas enfrentados pelas empresas.
Salvador também mencionou o combate à informalidade como uma medida importante a ser adotada, tanto para os trabalhadores quanto para os empresários, e apontou o aumento dos insumos do setor da construção como um entrave à atividade econômica.
Também participou da reunião o secretário de Finanças da entidade, Aroldo Garcia.
Novo encontro será realizado no dia 01/07, por teleconferência, para definir com mais precisão as ações a serem implementadas pelas entidades na defesa do emprego e dos empregos.
(Com informações a Contricom)
Fonte: AGÊNCIA CBIC
Comments