Por Estela Benetti
Ultima Atualização em: 02/09/2022 às 19:23 horas
Um dos maiores e mais importantes projetos de transmissão de energia do Brasil, a interligação Biguaçu-Florianópolis, que inclui linhas submarinas, aéreas e subterrâneas, foi energizado nesta sexta-feira (02/09). A obra de R$ 440 milhões, feita pela multinacional Isa Cteep com uma participação da Celesc, triplica a oferta de energia para a Ilha de Santa Catarina, o que torna o sistema de abastecimento de Florianópolis um dos mais seguros do Brasil, facilitando investimentos e o crescimento econômico do município.
Com essa obra, Florianópolis passou a ter “contingência tripla” em energia, o que significa três linhas ligadas à rede básica do sistema nacional. Cada uma das três têm capacidade para suportar, sozinha, a carga de energia necessária para a cidade, segundo a Isa Cteep. Isso evita o risco de apagão como o de 2003, quando a cidade ficou 55 horas sem energia.
Esse novo sistema tem duas linhas, que se somaram àquela subterrânea feita pela Eletrosul depois do apagão. Isso porque as linhas da ponte, que foram interrompidas com o acidente de 2003, não são ligadas ao sistema nacional. Integram sistema de distribuição local.
Segundo a Isa Cteep, a obra está sendo entregue com antecipação de mais de um ano, o que permitirá à empresa uma receita anual permitida (RAP) de R$ 49,7 milhões no período de 2022-2023. Durante os trabalhos, foram gerados 630 empregos diretos, principalmente de pessoas da região.
-A construção desse projeto envolveu diversos desafios, os quais foram superados com a aplicação de soluções inovadoras em engenharia. Esse projeto, com as caraterísticas de linhas aérea, submarina e subterrânea, é inédito no país. Portanto, ele representa um avanço em conhecimento não apenas para nós, mas para todo o setor elétrico. Temos muito orgulho em anunciar a entrega de um dos empreendimentos mais importantes para Santa Catarina, beneficiando cerca de 508 mil catarinenses – declarou o diretor executivo de projetos da Isa Cteep, Dayron Urrego, em nota nesta sexta-feira.
Segundo o executivo, foi possível aplicar diversas novas tecnologias nas linhas subaquáticas. Por isso, no futuro, será possível o escoamento de energias renováveis offshore. Entre as curiosidades do projeto, estão os dois cabos submarinos que pesam mais de 2,6 mil toneladas, com 26 quilômetros de extensão, mesmo tamanho da Ponte Rio-Niterói. Consistem no maior sistema de corrente alternada da América do Sul.
Essa obra foi projetada e aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e feita a partir de leilão vencido em 2018 pela Isa Cteep, que é líder em transmissão no país. A energização foi autorizada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta sexta-feira, medida que foi logo executada pela companhia.
O projeto todo, que começou a ser feito no início de 2021, incluiu 57 quilômetros de linhas de transmissão e uma nova subestação no Norte da Ilha, em Ratones, que foi construída pela WEG. A subestação de Biguaçu também foi ampliada, melhorando a oferta de energia também na região continental.
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