Última atualização: 15/09/2022 às 17:45 horas
Coordenadores dos Congressos Estaduais de Profissionais (CEPs) concluíram nesta quinta (15/9), no Hotel Planalto Bittar, em Brasília, a sistematização de 356 propostas debatidas de maio a setembro, em eventos microrregionais e locais. Durante dois dias, os 27 coordenadores abordaram os eixos temáticos do 11º Congresso Nacional de Profissionais (CNP): Inovação Tecnológica, Infraestrutura e Atuação Profissional. Ao final, foram reunidas 59 propostas nesses três grupos, respectivamente, com 10, 14 e 35 propostas, que serão discutidas em oito salas, durante o 11º Congresso Nacional de Profissionais, a ser realizado de 6 a 8 de outubro, em Goiânia.
Coordenador do grupo de apoio ao CNP, criado pelo Confea, o gerente de relacionamentos institucionais do Confea, eng. amb. Renato Muzzolon Júnior, descreveu a metodologia aplicada para os debates. “Foram criados grupos conforme os eixos temáticos, secretariados por três coordenadoras, que tiveram plena autonomia para discutir e sistematizar as propostas. Sugerimos uma metodologia de divisão interna, principalmente no caso do eixo temático Atuação Profissional, que contou com 200 propostas, e teve 27 subgrupos, apenas para ajudar nas discussões. Tudo transcorreu conforme o nosso planejamento, e as propostas sistematizadas em cada grupo foram confirmadas por todos os coordenadores ao final. Agora, as propostas passam a ser Propostas Nacionais Sistematizadas”, descreve, informando que o credenciamento dos delegados para o CNP será realizado no dia 6 de outubro, a partir das 18h.
No encerramento da sistematização, o presidente em exercício do Confea, eng. civ. João Carlos Pimenta, destacou a importância da sistematização, comentando alguns temas que poderiam vir a ser abordados nas propostas. “São quase 400 propostas a serem sistematizadas em pouco mais de 50 propostas, a serem encaminhadas depois do CNP ao plenário para se transformarem em resoluções e outros normativos, dentro desses três pilares muito representativos, englobando tudo o que a gente precisa para colocar de dentro para fora do Sistema os nossos posicionamentos para que o país tenha o desenvolvimento que a Engenharia e a Agronomia podem dar”, comentou.
Participante do grupo Atuação Profissional, a presidente do Crea-AC, eng. civ. Carmem Nardino, elogiando a atenção de Renato Muzzolon Júnior e o trabalho de todos os coordenadores, destacou que, nos congressos anteriores, o debate tinha como foco questões internas. “Agora, o Confea se preocupou em trazer oportunidades de desenvolvimento para a Agronomia, a Engenharia e as Geociências e desenvolvimento para o país. Isso fez com que os profissionais refletissem mais. Tivemos grandes debates, mas ainda foi difícil mostrar para o profissional que mudou o foco. Participei de quatro sistematizações e sei que as pessoas se sentem donas das propostas. Mas, como falou a coordenadora do CEP da Bahia, engenheira civil Rute Carvalhal, as propostas agora são nacionais, não são mais individuais. As propostas foram sistematizadas no sentido de trazer a melhor ideia do que vem dos estados. Participei e vi o zelo, o cuidado para não excluir nada. Esse é um momento que requer mais atenção para que todos se sintam contemplados”, disse.
Inovação Tecnológica
Segundo Pimenta, “a gente ouve falar muito na imprensa que o nosso parque industrial está sucateado, que as diversas crises econômicas têm afetado muito os investimentos, e hoje o mundo é muito competitivo. A gente pode citar a Embrapa, onde havia regiões com seis sacas por hectare de produção e que hoje dão 60 sacas. Então, o desenvolvimento de tecnologia tem que acontecer em diversos setores”, diz, lembrando a falta de chips para o mercado automotivo mundial e os investimentos na Tecnologia BIM para a construção civil entre as práticas que poderiam estar relacionadas no eixo da Inovação Tecnológica.
Para a secretária do grupo, engenheira química Helenice Garcia, atual vice-presidente do Crea-SE e coordenadora do CEP-SE, “a sistematização representa uma valorização do pensar dos profissionais de várias modalidades de todos os estados que elaboraram propostas nesses três eixos que têm aspectos complementares e que a gente precisa aglutinar para levar ao CNP uma síntese que atenda essas expectativas que apresentam particularidades, mas que contemplam anseios que são de todo o país”, considerou, apontando ainda que as propostas do eixo temático Inovação Tecnológica abrangem normatizações profissionais e outras linhas de ação que precisam ser representativas do conjunto de propostas exequíveis a serem apresentadas ao CNP.
Infraestrutura
Já no eixo temático da Infraestrutura, o presidente em exercício do Confea citou o contexto do escoamento da produção de soja.
“Ela sai mais cara, não devido à produção, mas em decorrência do transporte, da infraestrutura terrível das estradas, com filas para descarregar nos silos e outras barreiras.
A Embrapa fez muito bem a parte dela, os dirigentes da agroindústria estão fazendo a parte deles, mas chega na hora do transporte, os nossos produtos às vezes perdem a competitividade, devido ao custo elevado da falta de infraestrutura que o Brasil ainda tem. Isso também é Engenharia, é Agronomia. Então, está a nosso cargo tentar resolver isso. Se deixarmos só para os políticos, eles não vão resolver”, disse, lembrando modais desvalorizados, como o ferroviário e o fluvial.
Atuação Profissional
Em relação ao eixo temático da Atuação Profissional, João Carlos Pimenta apontou a possiblidade de as propostas contemplarem questões como a recorrente cobrança dos profissionais, no sentido de que os cargos da administração pública em atividades ligadas à Engenharia, à Agronomia e às Geociências sejam conduzidos por profissionais habilitados.
“Como nós exigimos isso para as atividades corriqueiras, deveria ser também exigido para as atividades públicas. Não pode um secretário de Obras ser um médico, seria exercício ilegal da profissão, no meu entender. Assim como nós cobramos dos nossos empresários, precisamos cobrar dos nossos administradores públicos”, disse, citando ainda a “vigilância” para a manutenção do salário mínimo profissional. “Um assunto que volta e meia está no Congresso com lobby contrário, e precisamos estar acompanhando. O preço da liberdade é a eterna vigilância”.
Com 200 propostas divididas em 27 subeixos, o eixo temático contou com a experiência da engenheira civil Lígia Eleodora Francovig Rachid, coordenadora do CEP-PR, em seu secretariado. No primeiro dia da sistematização, descreve, os subeixos foram analisados para se verificarem as convergências de suas propostas.
“Tinha um eixo temático com 18 propostas, mas a gente conseguiu reduzir para duas propostas. Não que todas não fossem contempladas, foram, mas elas convergiram.
Porque o objetivo é que a gente não leve coisas similares ou repetidas para o CNP para que lá os profissionais tenham mais tempo para discutir sobre as propostas que forem levadas. A gente está vendo que isso está sendo possível sem prejudicar nenhuma proposta dos profissionais”, comentou, ainda antes da conclusão dos trabalhos.
Segundo Lígia, as propostas foram discutidas por todos os participantes do grupo. “Nós discutimos para que todos soubessem o que estava sendo tratado, o que facilitou a análise das convergências”. Para ela, o eixo temático demonstra a preocupação como a eficiência do Sistema. “Independente da região, os anseios são muito parecidos. Vejo isso positivamente porque todo mundo está enxergando coisas parecidas”, diz. A coordenadora do CEP-PR considera ainda que a valorização de propostas para o crescimento do país está sendo desenvolvida aos poucos no Sistema. “O profissional do Sistema preocupa-se com a sua região, com o cliente, mas ele ainda não conseguiu enxergar a importância que a profissão dele tem para o desenvolvimento do país. Isso é uma coisa que tem sido disseminada desde 2019, mas agora é que ela está aflorando. Mas esse eixo tem relação com essa proposta porque, mesmo estando preocupadas com a sua atuação profissional, as pessoas também estão preocupadas com que se tenha profissionais habilitados para fazer aquele tipo de trabalho, em benefício da sociedade”, aponta.
Henrique Nunes Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Thiago Zion/Confea
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