Foi com muita apreensão e tristeza que na noite desta terça-feira, 20 de setembro, colocou-se em votação em pauta única de reunião convocada e ocorrida dentro da legislação da ACE: a venda da sede. Apesar de grande relutância dos presentes, a maioria de ex-presidentes, se teve unanimidade. Muita dor no coração ao ter que se desfazer de um patrimônio que gera grande apego, mas as evidências gritantes nos levou a esta decisão.
Desde algumas gestões passadas, porém recentes, já tinha se aventado este caminho bem draconiano de venda. Entretanto, desde a gestão anterior à esta (atual), se pautava este tema e geravam intensas discussões e muitas iniciativas eram tomadas; a principal ou mais óbvia, era angariar mais sócios. Na atual gestão, também voltou a se pautar nesta linha, que foi rechaçada tendo em vista que o trabalho a ser desenvolvido implicaria num recurso escasso – o tempo – bem como na questão humana escassa (pouca adesão das diretorias para a iniciativa) – o recurso humano para dar a “acabativa”. Entre outras medidas, foi tentar alugar os espaços não edificados externos, incluído um pedido de cessão comodatária de parte da faixa de domínio da via expressa (BR 282) ao DNIT. Não prosperou, pois havia interesse apenas na compra destes vazios, já caracterizada pela nossa entidade como desvalorizatória do patrimônio. Outra que se perguntou durante a supra citada reunião, quantos sócios pagam mensalidades: respondeu-se dois (2).
Evidenciou-se que a propalada crise generalizada do associativismo, mesmo fora da modalidade técnica, vem grassando; foram citados os grandes clubes da cidade: só sobreviveram os que se adaptaram às baixas receitas de sócios...fato presente na ACE. Portanto, estamos nesta lógica da adaptação à realidade social vigente.
Também se perguntaram o porquê de não recorrer ao aluguel. A resposta foi que para custear as devidas manutenções (pinturas e elevador, por exemplo), intervenções mais sérias (consertos de portas, ferragens em geral – hidráulicas em especial – pisos, impermeabilizações, por exemplo) e as corretivas (sistema de esgotamento, caixa d’agua, por exemplo), teria amortização incompatível com o valor do aluguel.
Outra razão que favoreceu a decisão tomada, foi a natureza das atividades da ACE, descontínuas, e tendendo a diminuição. Isto faz com que o espaço da entidade fique sem pessoas, portanto sem presença em diversos períodos; e a vizinhança do outro lado da via expressa, controlando esta falta de movimentação fique ciente das oportunidades de práticas escusas como já ocorreram. Muitos furtos já aconteceram que nos tiraram a confiança e a segurança em permanecer na entidades; não devemos esperar o pior por postergar medidas mais enérgicas como esta que se apresenta; além do mais nos traz insegurança em repor nosso equipamento e aumentar as perdas.
Assim sendo, por mais lamentável que seja, o recuo pode parecer uma derrota, mas se pretende usar a receita líquida para, além de pagar todas as dívidas, investir em outro imóvel (visando receitas para custos operacionais), para comprar uma nova sede, em lugar seguro seja no plano pessoal, como no patrimonial. Neste novo local, com o espaço adequado à ressignificação da entidade pode-se visar um novo futuro e atrair a juventude como se fala mais abaixo.
As novas medidas de estreitamento de laços com a UFSC (e mesmo outras entidades públicas – UDESC – e privadas – UNISUL, UNIVALI, por exemplo) poderão atrair este novo sócio; fazer eventos dentro destes espaços Acadêmicos se estabeleceu como parte da estratégia de futuro. A maneira seguinte, já em estágio embrionário, será a intensificar a produção de material técnico, a partir dos Boletins Informativos, continuando com eventos tanto técnicos como sociais esporádicos (mas procurando perenizá-los), e a produção de material que sirva para resolver a crise do ensino superior. Esta crise significa que o corporativismo docente, aliado ao gigantismo burocrático das Universidades ajuda a postergar as atualizações requeridas pela velocidade do desenvolvimento da Ciência, e principalmente das Tecnologias. Temos grades curriculares acadêmicas muito defasadas e difíceis de se atualizar tempestivamente. Assim a ACE pode colaborar com as entidades de ensino ao promover cursos, em especial, à distância com esta finalidade (suprir demandas reprimidas), assim como poder gerar ambientes de criação para start-ups e de outras tendências que vierem a ocorrer.
Esta significa uma caminhada ao futuro da Engenharia e das Ciências da Terra frente à Valorização pela atualização constante e disponível na Educação Continuada, bem como na transformação da entidade num Ambiente de Fomento às iniciativas de TI recentes, como start-ups e seus desdobramentos. Tudo isto com o objetivo de atender melhor os profissionais do Sistema CONFEA CREA.
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